Sexo, drogas e rock and roll: a grande conspiração dos moralistas?

Ah, o clássico bordão “Sexo, drogas e rock and roll”! Uma expressão que, coitada, foi transformada em sinônimo de decadência, destruição e, claro, o apocalipse moral que alguns tanto temem. Mas, será que é isso mesmo? Vamos por partes.

Primeiro, vamos combinar: o mundo está cada vez mais preso nessa visão maniqueísta de que tudo é 8 ou 80. Sim ou não, comigo ou contra mim, moral ou imoral, preto ou branco, verdadeiro ou falso, preto ou branco. É como se a vida fosse um velho filme em preto e branco, sem nenhum dos tons de cinza e as cores que dão graça às coisas. Vivemos numa era onde a complexidade da vida virou coisa de intelectualidade baixa – um pessoal que se acha o bastião da moral e dos bons costumes, mas que, convenhamos, às vezes só repete o velho efeito Dunning-Kruger com uma convicção de dar dó.

Agora, vamos falar sério sobre o tal “sexo”. Quem foi que decidiu que sexo, essa coisinha que literalmente trouxe TODOS nós ao mundo (inclusive os moralistas), é algo ruim? Ora, se o sexo fosse realmente uma coisa terrível, a humanidade já tinha resolvido isso há tempos e… bem, não estaríamos aqui. Se o sexo é bom ou ruim depende, vejam só, do contexto! Nem estou entrando no campo das “festas maiores”, estou falando do básico: entre casais que se amam, que se conectam, seja no namoro, no casamento, ou até no “pós-lua-de-mel”. E vamos combinar, quem são esses fiscais da moral pra querer ditar o que pode e o que não pode dentro de quatro paredes? Me poupe! O que realmente não pode é essa mania de julgar a vida dos outros.

Agora, e se a gente mudasse essa expressão famosa para “Moralista, drogas e rock and roll”? Melhorou, né? Trocamos pelo menos um terço da equação e, convenhamos, já fica mais inteligente.

E as drogas? Ah, o terror dos moralistas. Droga é ruim? Depende. Eu quero ver quem vai me dizer que aquele analgésico que você toma quando tem uma dor de cabeça infernal é do mal. Pega leve! Desde os primórdios, as sociedades utilizam plantas, ervas e outras substâncias em rituais religiosos ou festivos. E, adivinhem? Sem vícios, sem paranoia. O problema é o uso desmedido, o vazio existencial, o niilismo, a galera que não tem propósito e enche a cara de qualquer coisa, tentando preencher o buraco da alma. Mas é fácil jogar pedras, não é? Enquanto muitos moralistas bebem sua cervejinha ou vinho, “porque só um pouquinho não faz mal”, condenam outras substâncias. Hipocrisia? Talvez. Só um pouquinho, né?

Agora, se ajustarmos mais um terço da expressão, temos: “Moralista, radical e rock and roll”. Estamos quase lá!

E o rock, então? Ah, essa parte eu adoro. Tem gente que ainda acha que rock é “coisa do diabo”. Por favor! Já expliquei com mais detalhes no meu livro “Rock e Espiritualidade“, onde mostro como rock é uma manifestação de energia divina, pura e vibrante. Jesus? Gente boa. Festivo, alegre, amigo do povo. Se tivesse guitarra elétrica na época dele, com certeza ele seria o guitarrista da banda “Jesus e os 12 Apóstolos” e ainda cantaria esta música gospel aqui. Que nome você daria para essa banda? Aposto que o repertório ia ser um sucesso, com Jesus no vocal e a galera toda no backing!

No fim das contas, moralistas radicais vão sempre encontrar algo pra condenar, seja sexo, seja drogas, seja rock. Mas, enquanto eles fazem isso, nós seguimos curtindo nossa música, vivendo o amor, e buscando um pouco mais de liberdade e autenticidade. Porque, no fundo, o que faz mal não é o sexo, nem as drogas, nem o rock and roll. O que faz mal é a falta de bom senso e o excesso de moralismo vazio.

Então, vamos atualizar essa expressão de vez: “Moralista, radical e bundão“. Porque, sejamos francos, quem precisa moralizar o que os outros fazem da vida só pode estar com muito tempo livre.

Dalton Campos Roque

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